terça-feira, setembro 11

dia : 11.




Ok, uma leve pausa em respeito à nostalgia do dia de hoje...



Pronto, já deu.




09:07 a.m

Vendo-me ali, parada, inerte. Entrei em contato com aqueles que (des)conhecia. Era um camping grande. Muitos grupos, verde. Banheiros? Ora. Acabou tudo.


Vendo-me ali, novamente sozinha. A procurar aquilo que tinha perdido, não sei bem aonde. Não sei bem o quê. Talvez um shampoo. Quem sabe, um papel higiênico. Só Deus sabe a falta que ele pode fazer em determinadas horas.

Mas, não. Escuto a televisão, no quarto ao lado. Eram meninos entrando e sentando naquela cama. Na minha cama. Tomando meu espaço. Eram meninos, pareciam homens, e eu não sabia.
Sai. E olhei. Encaramos-nos, os três, à espera de algum contato mais próximo. Mesmo que esse fosse apenas uma leve ilusão de algo profundo. Como, quem sabe... Um diálogo. Mínimo, cru... ...como costumavam me dizer...


Mas, como normalmente acontece comigo, veio logo o silêncio. Que apesar de desnecessário, foi extremamente significativo.

Peguei minhas coisas. Sai andando, sem direção, mochila em vão. Meus papeis, minha vida, escorrendo pelas mãos. E eu, andando. Andando...

Esbarrei numa maçaneta. (No meio do verde?) Meu braço, sentiu imediatamente aquele contato, e eu sofri com isso. Minhas lágrimas, correram. E cumpriram seu destino. Breve destino.
E logo depois, uma porta. O que aquela porta fazia, rompendo com a não noção do aonde estou se não um camping? Meu ex de milhares de anos atrás? O que ele faz aqui?Vem o pensamento inevitável... ‘Morra, seu verme.’


E outros tantos conhecidos, já nessa altura, entrando e contato. Falando, e falando... Suas palavras não deixavam meus próprios pensamentos em vista. Começaram a empurrar-me. Para frente, acabando com aquela porta... Que mais tarde, descobri que não existia realmente, se não apenas uma grande luz. Que dividia aquela esfera. Seja ela qual for.

Entrei em um quarto escuro. Não havia nada. Nem ninguém. Mas, eu olhava as paredes, e essas olhavam para mim. Minhas imagens,eram aquelas imagens refletidas nas paredes solidárias que deixavam aquele ambiente menos solitário.

Então... Me vi novamente parada. Inerte. Observando a vida de alguém que não conhecia.
Me vi correndo na praia a 3 verões passados. Vi meu primeiro, e meu último beijo, refletidos ali. Com clareza. Assisti aquela briga que arrasou meu coração, mas que agora... não desperta nada em mim.Vi meu irmão nascer, vi até aquilo que não poderia ver.


‘Derrepente, não mais que derrempente’ olhei aquelas paredes, solidárias paredes, que pareciam mais espelhos de dentro do que paredes, propriamente ditas... E percebi. Que aquela menina, mais tarde, aquela mulher, não tinha absolutamente nada em comum com que eu conhecia.

Quando foi que permiti essa distância? Quando foi que eu permiti essa bagunça?
‘Saia logo de mim, vá embora e não volte jamais.’


-Ao,... hern... mãe?
-Já acordou, meu amor? Estou ligando para avisar que já cheguei na faculdade...
-É, eu já acordei. Té mais tarde, amor.
-Te amo, amor.
-Tum Tum Tum .

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